sexta-feira, 10 de junho de 2011

ela tem um amante

Tomo a liberdade de reproduzir aqui um texto do querido Xico Sá, escritor de mão cheia e cabeça tranquila. rs

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26/06/2011

Ela tem um amante. Que fazer?

Domingo, como bem sabemos, é dia de consultório sentimental nesta mística tenda.
O leitor aflito me escreve. Quer ajuda, conselhos, alguma consolação, ombro, ouvidos... Invoco a Miss Corações Solitários que costuma fazer morada nesta pobre caveira envelhecida em barris de bálsamo.
Não posso deixá-lo a mascar o jiló do abandono. Está desconsolado, como o Sizenando de Rubem Braga, que viu a amada cair nos braços de um playboy. Um idiota que não sabia sequer uma palavra de esperanto.
A vida é triste, Sizenando, como soprou-lhe o cronista.
Com Amaro, chamemos assim o nosso personagem, não foi diferente.
Quis o destino parafusar-lhe objetos pontiagudos à testa.
Sim, ela tem um amante. Daqueles amantes que se encontram à tarde, num intervalo qualquer, no recreio da vida chata.
Nem foi preciso contratar o detive particular, conta-me o nosso Amaro. Ele mesmo fez as vezes de cão farejador de sua própria desgraça.
Que fazer?, indaga, num email no qual até a arroba bóia em poças de lágrimas.
Mato o desgraçado?
Tiro a vida da desalmada?
Vou-me embora pra Tegucigalpa?
Salto mortal da ponte Buarque de Macedo?
Um trágico, esse rapaz. Como os de antigamente. Amaro é do tempo em que os homens coravam. Ainda tenho vergonha na cara, diz, urrando vaidadades e orgulhos.
Sossega, Amaro.
O melhor que fazes, respondi ao marido em fúria, é sumir por uns dias, inventar uma viagem, e dar todo tempo do mundo ao infeliz desse amante.
Banalizar o amante, meu caro e bom Amaro.
Entendeste?
Deixar que eles durmam e acordem juntos por vários dias seguidos. Que tenham seus problemas, que percam o luxo dos encontros fortuitos e vespertinos, que se esbaldem.
É necessário deixar a Bovary sentir o bafo matinal da rotina.
A vida dos amantes dura porque eles só vivem as surpresas e valorizam cada minuto do relógio que põem sobre a cabeceira daquele motel barato.
Nada mais cruel para o amante da tua mulher que presenteá-lo com o pão-com-manteiga do dia-a-dia. A rotina é o cavalo de tróia do amor.
Amaro, nada de violência ou besteiras desse naipe.
 Ao amante, todas as chances do mundo. Ao amante aquela D.R., a famosa discussão de relação, em plena TPM.
Um amante nunca sabe o que venha ser uma mulher sob o domínio da TPM. Ela faz questão de reservar todos os direitos desse ciclo ao pobre marido.
Ao amante, Amaro, a tapioca fria e sem recheio da rotina do calendário.
Ao amante, Amaro, a falta de assunto.
Ao amante, os cabelos revoltos da mulher, naqueles dias em que nem mesmo ela se agüenta ou encara o espelho. Naqueles dias em que os cabelos brigam com as leis do cosmo e não há pente ou diabo que dê jeito.
Some, Amaro, depois me conta.
Escrito por Xico Sá às 10h46
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Quer ler mais? passa aqui

domingo, 5 de junho de 2011

proyecto porno

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http://proyectopornoporsi.wordpress.com

parcerias em pensamento
encontradas



Tati Rabelo, obrigada siempre, companheira!
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

a banda mais bonita da cidade

vídeo que bombou na internet e, em uma semana, teve mais de 1 milhão de acessos.
pra mim, mais que a música, me encanta o plano sequência e a locação, um casarão lindo!
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

o amor é uma espécie de preconceito

eu tomo uma com Bukowski.




O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece...


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segunda-feira, 9 de maio de 2011

foi dada a largada...

hoje comecei a montar o primeiro documentário da minha vida.

aos 28 anos, eu sento e tento juntar a história de cinco jovens artistas cubanos.

sinto saudades de lá.

até breve.

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

carta a um amigo

Rua Jangadeiros, 8 de janeiro de 2011

quem somos?
de onde viemos?

cada vez que converso isso com os amigos tenho mais ainda a certeza de que os astros, as energias loucas, os seres de não sei donde nos influenciam. ou nos definem. mas como não sabemos de onde vêm e quem são, não sabemos realmente se tentam nos moldar pelas forças ocultas do universo (credo) ou se somos resultado de uma conta complexa e antinatural.

a gente sempre espera...
 
pensa:

como vamos nos comportar aos cinco anos? e aos 17? o que vou sentir quando publicar um livro? ou quando você me disser com brilho nos olhos (por mais brega que possa parecer, brilho real é reconhecido por qualquer olho, míope ou embassado) que achou a essência da sua vida? e que molhar as suas plantas no canto da sala, e gostar de cactus porque são independentes, te dão prazer e contextualizam a sua personalidade?

na boa... se a gente pensa em trabalho todos os dias antes de dormir, se a gente não dorme, se esquecemos de rezar um pai nosso, se trepamos na mesa, se não saímos de casa no sábado de manhã, se falamos mal do que não gostamos... o que isso importa?

você que está aqui agora lendo isso sabe que eu tenho vinte e sete anos. que sonho pra caralho, que sou aquariana, que tento ser engraçada não sei porquê, que suspiro por imagens lindas na tevê ou na sua máquina de tirar foto.

por isso a única conclusão de vida é viver, é se divertir e rir alto, mergulhar no mar pelado, gritar, falar "vem aqui comigo". se você não consegue, mas quer muito, se sabote. marque um dia e uma hora para acontecer e cumpra, mesmo com medo. se sabote mesmo. se você acredita em dicionários, sabotagem é "abrir entalhes em (...)"... você.
 
vem entrar pra história, vem.

bom dia.
boa noite.
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terça-feira, 3 de maio de 2011

ref. for skate video

with perini and liki
musique filmes



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Pre-Bitter Cold 2011 from Imperial Productions on Vimeo.

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"The Suburbs" from Luis Guijarro on Vimeo.
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SKATEBOARD MASTERS LILLE 2011 - BLACKGUM FILMS from Bastien ROGER on Vimeo.


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Inline Slow Motion 7D from Michel de Souza on Vimeo.

o tempo poético da digestão de imagem

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gravado a 720p 60fps
“Time Warp” no After Effects > passar de 60fps para 1000fps  (demora dias para renderizar)
A vantagem deste Time Warp em relação ao “Twixtor” é que ele já vem com o After Effects.

câmera: Canon 7D

lentes:
- Canon 70-200mm 2.8
- Canon 100-400mm F/4/5.6

extensor para lentes: Canon 2X III (400mm para 800mm)


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Experience Human Flight from Betty Wants In on Vimeo.


Experience Human Flight with the Melbourne Skydive Centre.
melbourneskydivecentre.com.au/​

In February 2011, the five times world champions Fred Fugen and Vince Reffett from Soul Flyers were invited to Melbourne to provide advanced 3D coaching to some of Australia's leading Skydive athlete talent.

Shot on a GoPro

Produced: "Betty Wants In"
bettywantsin.com
facebook.com/​Bettywantsin

Music: "She is" - Salieri Music Inc
itunes.apple.com/​ca/​album/​she-is-from-experience-human/​id433729395?i=433729430


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quinta-feira, 31 de março de 2011

comer

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a música faz meus dias mais legais
a vista da janela fica mais bonita
e o céu cinza também.

vamos comer música.
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terça-feira, 22 de março de 2011

cute girls

http://www.thegirlswithglasses.com





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sexta-feira, 18 de março de 2011

escrevo com o corpo

Marcinha, você abriu uma porta em mim.
Melhor crônica dos últimos tempos.

+ aqui: http://marciasavinocronicas.wordpress.com

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Escrevo com o corpo


Escrevo com o corpo, digo. O que falo, falo sobre o corpo. É no corpo que encontro o que escrevo aqui. Vivo de observar, embora de que adiante isso? Não há o que adiantar ou não, eu não sou relógio.
Alinhavo os temas segundo uma lógica que não se explica. Eu não sei por que se fala de tudo e de nada. Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas… Saberia eu dizer por que escrevi este verso que nem é meu? Saberia eu dizer por que venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas, se nem venho? Se nunca estive em Cuiabá? Se não sei o que se quis dizer com vielas entortadas?   

E, no entanto… e, no entanto, este verso me aparece assim – do nada, como gosta de dizer meu filho – enquanto rabisco um tema para minha necessidade de escrever. Gosto de dizer poemas. E no mês passado revi alguns poetas. Reencontrei meu último literário amor, Manoel de Barros. Cacei, cacei, mas não achei seu livro principal para mim, o das Ignorãças. E desde então, já há semanas, saio dizendo por aí que venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas…

Preciso explicar o que isto significa. É preciso dizer que este verso inicial vem me assaltando docemente a consciência há dias e dias. É preciso dizer que durante todo esse tempo não achei o livro ou o poema e, enquanto isso… enquanto isso, várias vezes recitei para fora ou para dentro, a frase de abertura da bela poesia. E olha que sei perfeitamente que não venho de Cuiabá de garimpos e afirmo que, nem mesmo depois de tanto pensar no poema, descobri exatamente o que seriam as tais vielas encorpadas. Paralelo algum consegui traçar comigo.

Ainda assim, continuei a clamar em ouvidos amigos o que não é verdade ou mentira: que de vielas entortadas que não conheço venho. Neste domingo preciso em que escrevo, encontrei o livro onde já o havia procurado e, com ele, as ignorãças de Manoel. Era a oportunidade para dizer o poema inteiro com toda ênfase. Mas, há um par de horas, na cozinha, eu não consegui dizer – apropriadamente e em voz alta – o poema inteiro que se abre com este verso. Embora ele estivesse todo ali no livro, eu não achava o verso em mim.

Então, subo e cochilo e levanto e me sento para escrever e, enquanto busco as palavras em meu corpo, salta-me o verso para as mãos, sem sequer me passar pelo pensamento. Quando vi, o tinha escrito, lá no início desta prosa. É como se eu o dissesse em voz alta, ainda sem saber por quê. É caprichosa, a crônica. Gerada em meio ao barulho, ao burburinho cotidiano, exige o silêncio absoluto da alma para dar o ar da sua graça ao pobre escritor que passa a vida desejando esse momento mágico de silêncio.

Eu não escrevo crônicas sobre nada. Eu sinto a crônica nascer no miolo de mim e escrevo. Só sei e só acho bonito fazer assim. Há um outro verso de Manoel, que diz: a voz de um cantador tem que chegar a traste para ter grandezas. Talvez. Talvez, sim.
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all we need is music

http://www.wolfgangsvault.com/