quinta-feira, 19 de junho de 2008

spaghetti western

Hoje assisti um filme de Sergio Corbucci e fiquei impressionada. Li mais sobre ele e confirmei: ele tinha a visão mais sombria no Spaghetti Western*. Personagens bizarros, situações surreais e violência extrema marcaram a sua obra. Corbucci atingiu um requinte na direção que poucos conquistaram. Para muitos ele foi o maior do gênero.

*O Spaghetti Western (faroeste italiano) foi um gênero que revolucionou o cinema nas décadas de 60 e 70.




Ah, a propósito, minha avó ama 'faroas', como ela mesma diz.
Beijo, dona Licinha!
Saudades de você e da sua comidinha de vovó.
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quarta-feira, 18 de junho de 2008

receita de literatura brasileira

Ingredientes:
- 1 livro de autor brasileiro
- 1/2 tarde livre
- 1 caneta marca-texto da cor que preferir

Modo de fazer:
Escolha um capítulo aleatoriamente ou o que você mais gostar. Marque as frases (também podem ser palavras) que você mais gostar e se identificar. Depois escreva-as juntas em um papel separado. Leve ao forno e depois dê de presente para um amigo que merecer - ou não.



Receita pronta; voilá!
A minha ficou assim:

às vezes as idéias não vêm, ou vêm muito numerosas. reprodução imperfeita de fatos exteriores. não vale a pena tentar corrigi-las. as árvores do pomar tornavam-se massas negras. é uma irritação antiga que me deixa inteiramente calmo. bato na mesa e tenho vontade de chorar. ameaço Madalena com o punho. esquisito. temos que atravessar um corredor comprido. se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? o que vai acontecer será muito diferente do que esperamos.


Capítulo 'Madalena' do livro São Bernardo, de Graciliano Ramos.

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domingo, 15 de junho de 2008

semana 28

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venho trocando a noite pela metade do meu dia; eu e ele.
comecei a exercitar o corpo diariamente e tenho gostado.
dizem que faz bem e é mesmo verdade.
não falo todo dia com minha mãe, mas sinto falta dela todo dia.
ontem assisti a dois filmes: bons planos e tristes.
fui dormir pouco antes do sol aparecer e acordei agora.
em poucos minutos comerei um mamão.
alguns livros me esperam, outros insistem em fugir das minhas mãos.
a prateleira está inclinada e tenho medo que ela caia,
a casa está suja e eu finjo que limpo.
Amanhã outra semana começa e
Amanhã outra semana começa e
Amanhã outra semana começa e



Vou fazer a que vim;
onde as peças não encaixam nem em mim.
Se demora, eu espero. Se demora, eu espero.
Se eu demorar, será voltar ou viajar?
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sexta-feira, 6 de junho de 2008

aldeia



Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar
para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os
nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.


Alberto Caeiro
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