domingo, 24 de agosto de 2008


"sentei-me na praia e quando dou pela coisa o mar me beijava"

Humberto del Maestro




e foi mais ou menos assim que aconteceu.
agora vou tomar banho para esperar ele chegar.




sábado, 23 de agosto de 2008

chegar é dizer adeus


tempos atrás li um texto do João Paulo Cuenca sobre chegar de volta na sua cidade natal e onde você passou a maior parte da sua vida (até agora). 

ele diz que o cotidiano acaba por domesticar não apenas os nossos hábitos, mas também os nossos olhares e lembranças sobre a cidade onde vivemos, sobre as ruas onde depositamos o nosso passado - e a invenção desse passado.

por isso, depois de poucos meses longe de casa, o retorno faz o homem enxergar suas esquinas de estimação com outros olhos. as odisséias mudam, acima de tudo, as cidades de onde partimos. nesse sentido, é como se não houvesse regresso possível, seja ao Rio de Janeiro, Vitória, Ilha da Madeira ou Nice. 

talvez por esse motivo certos barcos adiem a hora de atracar no cais. muitos desistem, dão meia volta ou queimam suas próprias velas. com ou sem alguém à espera, a cidade de partida jamais será a que se encontra na volta.

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

sutileza

máxima este filme.



"Amor à flor da pele", de Wong Kar-Wai.


elegância, bom gosto, delicadeza e cereja de tango. quase um bolo de chocolate com cobertura.


;)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

quem vai me contar a história da serpente negra?



Dr. Milton David, o meu avô


"De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar, a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar. Portanto, devemos fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo novo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um reencontro."

(Fernando Pessoa)


Nosso eterno amor; saudades, saudades, saudades.