Perto da minha casa existe um shopping cool, há três meses está na moda. Um lugar chique, fino, pessoas elegantes, ricas, bem sucedidas, amadas, alegres, gargalhadas. Os homens calados, os que têm a carteira, riem, carecas, porque o contrato é muito lucrativo, menos não o sendo na moeda. A legalização da profissão de prostitutas ainda tramita no congresso (sic) (não merece estar em maiúsculo), mas as prostitutas aristocráticas sempre estiveram na legalidade. Casam para trepar em troca de uma mesada e de algumas jóias do Nilo. As que estão na rua e não no sofá alisando calmamente seus cachorros, fazem por necessidade; as outras, por puro luxo.
No mesmo ambiente, garçons bem vestidos levam e trazem quiches, capuccinos, velinhas na mesa para dar o clima aconchegante de Campos do Jordão, espumantes franceses, licores... Nas cidades que não são do interior, quando a temperatura baixa, os casacos comprados na Europa ou nas grifes perto de casa saem como fantasmas do armário e as meias-calças andam como a mão da Família Adams. As mulheres super arrumadas, maquiadas, com sombras multicoloridas e maxi bolsas; todas eram maxi bolsas. Olhei para a minha com desprezo, tão pequenina que mal cabia a carteira.
Maxi será o meu mundo.
E a moda, volúvel; assim como o meu amor.
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