andando e procurando consolo em paredes e muros; sempre fazia isso quando não conseguia lhe dizer a verdade. foi nesse dia que vi aquele homem... de terno lilás, óculos grosseiros e cabelos besuntados de brilhantina. que pessoa era aquela? andando na rua, todo dia, sem perceber essas figuraças, era chato ter que sair de casa para ir à padaria ou em qualquer meia-porta comprar cigarro.
aquele senhor me parou, seu olhar me parou. e no centro do Centro da cidade, fiquei de frente para a paz do grito. sem ação diferente, acendi um cigarro. fizemos um pequeno pacto secreto e ele acenou com a mão. é minha forma de responder aos deuses, e acho que a dele também. são pequenos acordos, jogos silenciosos.
voltei para casa com uma perturbação incomum, uma daquelas vontades que, na verdade, não podem ser vontades! (odeio quando isso acontece, odeio não ter o controle). talvez até gosto, me deixo levar. fritei um ovo e botei no pão. fui até a janela. sempre que fazia isso, pensava: quem é a paisagem? a vista ou eu? depende do ponto de vista. achava esse meu questionamento-afirmação fantástico.
não queria ficar em casa, queria outro ponto de vista. saí de novo. o senhor do ternocorincomum estava na mesma calçada e eu não sabia o que fazer, com aquele medinho de adolescente de passar perto do galã da escola. acendi outro cigarro. meu galã dos anos 30 estava sem óculos e isso me deixou com mais receio. tinha que ir, não queria voltar para casa. tive uma idéia!; brilhante, por sinal. passei na floricultura do outro lado da rua e comprei uma samambaia, daquelas bem cabeludas. (...)
pausa:
existem pessoas que saem de casa a pé para comprar samambaias?
(...) e, como uma planta ambulante, passei por ele.
todo momento não é sempre crucial e irrecuperável? feito. entre as folhas, o homem me olhava. sem sexo desde 1972, mesmo tempo em que carregava um palito no canto da boca, me mostrou sua vontade como a luz da graça do encontro. meu galã dos anos 30. tudo isso porque fui comprar cigarro.
segunda-feira, 20 de junho de 2005
quinta-feira, 2 de junho de 2005
sábado, 28 de maio de 2005
cistite ou milagre de Deus?
levantei a tampa e...
ahhhhhhhh
14 vezes ao dia:
ahhhhhhhh
fiquei com vergonha de ir ao médico
ai, como vou explicar isso..., pensava
na quarta, ela veio
e não foi o milagre...
sou chique
não tenho pedras
tenho cristais no rim direito
ahhhhhhhh
14 vezes ao dia:
ahhhhhhhh
fiquei com vergonha de ir ao médico
ai, como vou explicar isso..., pensava
na quarta, ela veio
e não foi o milagre...
sou chique
não tenho pedras
tenho cristais no rim direito
terça-feira, 24 de maio de 2005
recapitulando...
os 10 mandamentos das jogadoras
1. Seja profissional
2. Esqueça o pudor
3. Cada uma por si, todas pela valorização
4. Não tenha falsa modéstia, se você é boa diga que é boa
5. Não tenha preconceito
6. É sempre melhor ser o rei da merda que a merda do rei
7. Saiba que um é pouco, dois é bom e três é excelente
8. Seja carinhosa, mas aja com frieza
9. Lembre-se que em terra de ninguém não se deve levar carne para churrasco
10. Não economize com estimulantes
1. Seja profissional
2. Esqueça o pudor
3. Cada uma por si, todas pela valorização
4. Não tenha falsa modéstia, se você é boa diga que é boa
5. Não tenha preconceito
6. É sempre melhor ser o rei da merda que a merda do rei
7. Saiba que um é pouco, dois é bom e três é excelente
8. Seja carinhosa, mas aja com frieza
9. Lembre-se que em terra de ninguém não se deve levar carne para churrasco
10. Não economize com estimulantes
terça-feira, 17 de maio de 2005
terça-feira, 26 de abril de 2005
netuno
pelos mares azuis dos atlas e pelos grandes mares do mundo. pelas raízes de uma linguagem de ferro, da terra; igual tratamento, candura, cuidado.
pensemos em uma coisa amarela, resplandecente, mutável; essa coisa às vezes está no céu, circular; outras vezes tem a forma de um arco, outras vezes cresce e decresce. Algum antepassado, nosso comum antepassado, deu a essa coisa o nome de "lua", diferente em diferentes idiomas e diversamente feliz.
netuno, devíamos ter ido ver a lua.
(quase todos acreditam que a batalha, essa coisa viva e cambiante, nos lança contra nós mesmos. mas batalha junta é batalha ganha. a história da noite)
pensemos em uma coisa amarela, resplandecente, mutável; essa coisa às vezes está no céu, circular; outras vezes tem a forma de um arco, outras vezes cresce e decresce. Algum antepassado, nosso comum antepassado, deu a essa coisa o nome de "lua", diferente em diferentes idiomas e diversamente feliz.
netuno, devíamos ter ido ver a lua.
(quase todos acreditam que a batalha, essa coisa viva e cambiante, nos lança contra nós mesmos. mas batalha junta é batalha ganha. a história da noite)
domingo, 24 de abril de 2005
duas noites
ela chama seus comparsas e lhes diz que, embora estejam velhos e cansados, atravessaram com ela milhares de perigos; propõe-lhes um nobre intento, o intento de cruzar as Colunas de Hércules e de cruzar o mar, de conhecer o hemisfério austral. Diz-lhe que são homens, que não são animais; que nasceram para a coragem, para o conhecimento. Eles a seguem e "fazem asas de seus remos"... é curioso que essa metáfora também se encontre na Odisséia que Dante não pôde conhecer. Então navegam e deixam para trás Ceuta e Sevilha, entram no alto-mar aberto e dobram à esquerda. À esquerda, "sobre a esquerda", significa o mal na Comédia. Para ascender ao Purgatório vai-se para a direita; para descer ao Inferno, para a esquerda. O lado sinistro é duplo.
segunda-feira, 18 de abril de 2005
domingo, 17 de abril de 2005
sábado, 16 de abril de 2005
Grand Prix Players
Abertura Oficial da Maratona Grand Prix Players
Primeiro mandamento: seja profissional.
Esqueça o sentimentalismo; é preciso habilidade.
Primeiro mandamento: seja profissional.
Esqueça o sentimentalismo; é preciso habilidade.
sexta-feira, 15 de abril de 2005
quarta-feira, 13 de abril de 2005
era... e... é
era uma vez uma colcha de retalhos
nenhum relento
era uma vez uma vontade com fome
era uma vez um calabouço e uma vez uma ponte
embaixo
outra um caminho acima, mas não silêncios
era uma vez a uma vez e a outra, a volta
sem precisar vezes será o exercício;
chamará por vício
era uma vez uma saída, mas era uma vez um rascunho
indo sem nenhum traço certo
era uma vez uma flor de cor quente
e de trás para frente
era uma vez um pedaço que ficou inteiro
era uma vez a menina e o canalha do violão
era uma vez serpentina e era outra vez o sertão, se ela fugia
uma vela flutuava, outra se acendia
em prece por não voltar aquela dor...
era uma vez um sentido.
e era uma vez um.................................
[ complete a frase]
nenhum relento
era uma vez uma vontade com fome
era uma vez um calabouço e uma vez uma ponte
embaixo
outra um caminho acima, mas não silêncios
era uma vez a uma vez e a outra, a volta
sem precisar vezes será o exercício;
chamará por vício
era uma vez uma saída, mas era uma vez um rascunho
indo sem nenhum traço certo
era uma vez uma flor de cor quente
e de trás para frente
era uma vez um pedaço que ficou inteiro
era uma vez a menina e o canalha do violão
era uma vez serpentina e era outra vez o sertão, se ela fugia
uma vela flutuava, outra se acendia
em prece por não voltar aquela dor...
era uma vez um sentido.
e era uma vez um.................................
[ complete a frase]
terça-feira, 12 de abril de 2005
passeio
"eu aprendo muito com você,
(sabia?)
...
talvez por isso me ache uma menina
...
[ele olha]
e você também comigo
por isso parece
mais menino"
(sabia?)
...
talvez por isso me ache uma menina
...
[ele olha]
e você também comigo
por isso parece
mais menino"
quinta-feira, 7 de abril de 2005
lá vem a maré
traz conchas
que cato,
levo
e guardo para
virar quadro
que salta
e que sei
que vai cair
se for alto ou baixo
mar não cabe
em casa.
que cato,
levo
e guardo para
virar quadro
que salta
e que sei
que vai cair
se for alto ou baixo
mar não cabe
em casa.
quarta-feira, 6 de abril de 2005
na bossa
escuto o dedilhado
da bossa
se triste
como agora
na fossa
se feliz
ainda assim
... triste...
olho para baixo.
(simples assim
coisa de mulherzinha
merda de bossa)
da bossa
se triste
como agora
na fossa
se feliz
ainda assim
... triste...
olho para baixo.
(simples assim
coisa de mulherzinha
merda de bossa)
terça-feira, 5 de abril de 2005
os 10 mandamentos das jogadoras
1. Seja profissional
2. Esqueça o pudor
3. Cada uma por si, todas pela valorização
4. Não tenha falsa modéstia, se você é boa diga que é boa
5. Não tenha preconceito
6. É sempre melhor ser o rei da merda que a merda do rei
7. Saiba que um é pouco, dois é bom e três é excelente
8. Seja carinhosa, mas aja com frieza
9. Lembre-se que em terra de ninguém não se deve levar carne para churrasco
10. Não economize com estimulantes
2. Esqueça o pudor
3. Cada uma por si, todas pela valorização
4. Não tenha falsa modéstia, se você é boa diga que é boa
5. Não tenha preconceito
6. É sempre melhor ser o rei da merda que a merda do rei
7. Saiba que um é pouco, dois é bom e três é excelente
8. Seja carinhosa, mas aja com frieza
9. Lembre-se que em terra de ninguém não se deve levar carne para churrasco
10. Não economize com estimulantes
segunda-feira, 4 de abril de 2005
eu, borboleta
queria ser uma borboleta
para sair à procura de você
te acharia sentado na praia
voaria na sua frente
e pousaria no seu cabelo
para brincar com você
você mexeria no cabelo
e com toda delicadeza
me colocaria na mão
depois de te sentir
eu voaria embora
e você lembraria de quando partiu
para sair à procura de você
te acharia sentado na praia
voaria na sua frente
e pousaria no seu cabelo
para brincar com você
você mexeria no cabelo
e com toda delicadeza
me colocaria na mão
depois de te sentir
eu voaria embora
e você lembraria de quando partiu
domingo, 3 de abril de 2005
melancolia e melancia
aquele pedaço
que você come só
joellhos juntos
e a linha vermelha
que você faz horizontal
também mordo uma fatia
que me alivia
você
engole os caroços
que você come só
joellhos juntos
e a linha vermelha
que você faz horizontal
também mordo uma fatia
que me alivia
você
engole os caroços
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